quinta-feira, 28 de março de 2013

Gente do lugar - Seu Eurides e o São Sebastião

Nascido em Porto Esperança/MS em 1940, trabalhava em uma Padaria, quando veio pela primeira vez a Forte Coimbra aos 16 anos, por ter sido contratado para fazer um bolo. Gostou tanto do lugar que nunca mais voltou. Foi cozinheiro da Companhia e mais tarde contratado para ser Zelador da Escola Ludovina onde além de fazer a merenda ainda atuava como Inspetor da criançada, não deixando nunca de fazer bolos para aniversários e casamentos.
Anos depois, volta a sua cidade para a festa do padroeiro Santo Antonio e lá é sorteado numa rifa com a imagem de São Sebastião. Na volta ao Forte quando carregava a imagem do porto para casa, sentiu um formigamento nas mãos e quase deixa cair a imagem, quando uma das senhoras que o acompanhava diz que aquele tinha sido um sinal e que o Santo gostaria que ali fosse erguida uma Capela em sua homenagem.
Sem questionar, Seu Eurides, decide construir ali, a Capela de São Sebastião de quem é devoto até hoje.
O São Sebastião, hoje devidamente instalado na frente de sua casa, dá nome a sua Lavanderia.
Aqui nunca soube o que é violência e diz não trocar Forte Coimbra por nenhum outro lugar. Sua simpatia e carisma são marcantes e todos que passam em frente a sua casa não perdem a oportunidade de trocar um minuto de conversa com ele.




Hoje, aposentado da Escola, Seu Eurides continua em atividade, com a Lavanderia São Sebastião e faz o melhor pastel da cidade.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Tradição e Fé - O Milagre

" Viva Nossa Senhora do Carmo", este foi o brado que o soldado deu após passar com a imagem da Santa sobre as muralhas do Forte. Durante a Guerra do Paraguai, Coimbra foi o primeiro objetivo em território brasileiro alcançado pelo inimigo, pois estamos numa tríplice fronteira - BRASIL - PARAGUAI - BOLÍVIA.
Naquela época as mulheres tinham um papel de tratar os feridos, preparar a alimentação e manusear a munição para carregar as armas. Durante o principal ataque ao Forte e tendo que enfrentar forças invasoras muito superiores, a situação agravou-se a tal ponto que a esposa do Comandante Hermenegildo Portocarrero, Dona Ludovina, tomou uma atitude inusitada. Pediu ao Soldado Músico Verdeixas que subisse nas muralhas do Forte e mostrasse aos inimigos a imagem de Nossa Senhora do Carmo. O soldado elevou a imagem e gritou. O que se ouviu em seguida foram os Paraguaios repetindo o grito do soldado e voltando para os navios, cessando os combates. Logo depois os brasileiros abandonam o Forte e seguem Rio acima até Cuiabá, carregando a imagem da Santa, sem nada sofrerem. Eis o milagre!!!!
Anos depois o Soldado Raimundo Costa Leite, que defendeu a Fortificação, volta a Vila com a Imagem original, constrói uma capela e cria uma irmandade para resgatar a História. 
   
A imagem original permanece na Igreja da cidade até hoje e no dia 16 de Julho é comemorado com muita festa o seu dia.

E sobre as muralhas do Forte foi construída em cimento uma imagem da Nossa Senhora do Carmo pela artista plástica pantaneira Izulina Xavier.
 Ao chegarmos em Forte Coimbra nos deparamos com a imagem da Nossa Senhora do Carmo a proteger a cidade e seus moradores.

sexta-feira, 22 de março de 2013

O Descarrego

O Blog não mudou a sua finalidade, nem gostaria de causar espanto, mas esta é um atividade digna de se acompanhar em Forte Coimbra.
Para que qualquer carga seja transportada  para Forte Coimbra nas grandes embarcações do Exército é necessário que sejam bem embaladas e identificadas pois num mesmo dia são transportadas cargas de várias pessoas. 
Quando a embarcação chega ao porto aí entende-se a expressão "descarrego". Comandados  por um Oficial e um Sargento, Cabos e Soldados são escalados para fazer a retirada da carga da embarcação.
No porto são colocadas placas de identificação que vão orientar a separação do material que chega (Companhia, Oficiais, Sub Tenentes e Sargentos, Cabos e Soldados e Civis são as diversas placas).

Sejam alimentos, móveis, material de construção, tudo é retirado dos porões da embarcação e colocado na direção das placas.

A sensação que temos é que a coisa não vai dar certo, que nada irá para as placas corretas, que aquilo que você está esperando nunca vai aparecer, mas tudo é retirado e separado corretamente. É um trabalho de formiguinha e a organização é o segredo de tudo.




Após a retirada de todo o material, este é conferido e levado para os caminhões que seguem para distribuição.


Depois de concluido...  momento de descanço.

E para fechar com chave de ouro contemplar o magnífico pôr do sol.


segunda-feira, 18 de março de 2013

Lazer

Para se divertir aqui em Forte Coimbra temos que ser criativos pois as opções não são muitas. A Companhia tinha  tres clubes, um para Oficiais, outro para Cabos e Soldados, este desativado e transformado em área de treinamento do Exército e o de Sargentos e Sub Tenentes. 
O clube dos Oficiais fica na Vila e tem salão para festas e piscina além de parquinho.
O clube de Sargentos e Sub Tenentes, também frequentado por Cabos, Soldados e Civis sócios e seus familiares é mais afastado da cidade e além de salão de festas com jogos, piscina e parquinho, tem uma área grande utilizada pelos sócios para churrasco.

 
 

Outra opção para os que apreciam é a pescaria. No Rio Paraguai, seja de barco ou nas suas margens, dependendo da isca escolhida é possível pescar Pacus, Pescadas, Piranhas entre outras  espécies.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Como chegar

Para chegar a Forte Coimbra, a única maneira hoje é de barco através do Rio Paraguai. O Exército dispõe de duas grandes embarcações, a Taquari e a Balduíno para transporte de cargas e passageiros e diversos pequenos barcos conhecidos como voadeiras que levam de quatro a doze passageiros e servem para o transporte dos militares e seus dependentes.
  
As grandes embarcações levam de seis a sete horas no percurso de Porto Morrinho até o Forte enquanto as voadeiras, dependendo da potência do motor, podem fazer o mesmo percurso em pouco mais de uma hora. As embarcações militares não tem dia certo para sair pois dependem de ordem da Companhia e não há cobrança para o transporte.

Outra alternativa de transporte são as voadeiras particulares, conhecidas como "plano B" também utilizadas pelos militares quando estão de folga e não há vagas nas embarcações militares. Estas porém tem um alto custo e saem conforme são contratadas. O Exército dispõe ainda de uma embarcação conhecida como "ambulancha" para transporte de doentes.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Trabalho


Devido ao pequeno número de habitantes fixos, pois os militares transferidos ficam apenas 2 anos, e ao difícil acesso, feito apenas através do Rio Paraguai, aqui em Forte Coimbra praticamente não existe emprego para civis. Os comércios são pequenos, não exigindo mais do que um funcionário ou apenas o próprio dono para dar conta, ficando apenas a Escola como única opção de emprego para os civis que aqui chegam.  
 
A Escola Municipal Ludovina Portocarrero oferece ensino do 1º ao 9º ano funcionando apenas no período da manhã e conta hoje com 22 alunos e 5 professores e está vinculada a Secretaria de Educação de Corumbá.


segunda-feira, 11 de março de 2013

A Fé

Forte Coimbra possui 3 templos religiosos: a Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Padroeira da Cidade), a Igreja Evangélica e o Centro de Estudos Espíritas.







Aqui você não se distancia de sua Fé.

terça-feira, 5 de março de 2013

Chegando em Forte Coimbra


Os militares quando chegam aqui em Forte Coimbra com suas famílias são hospedados no Hotel de Trânsito (HT), até que a casa por ele escolhida passe por uma reforma e a sua mudança chegue. O Hotel possui 7 apartamentos e fica entre a Vila de Oficiais e o Forte. É o único meio de hospedagem por aqui. Os turistas que vem visitar a cidade, geralmente na época da festa da Padroeira também podem utilizá-lo.



Do Hotel de Trânsito a visão que se tem é maravilhosa. Como o Rio Paraguai não está muito cheio, devido a pouca quantidade de chuvas, é possivel ver um campo imenso na frente do Hotel. Nos períodos de cheia as águas do Rio ficam bem próximas da estrada mudando completamente o cenário.



As vezes nos deparamos com cenas como essas - o gado da Companhia sendo levado para o pasto.