sábado, 9 de novembro de 2013

Para aquelas que estão indo.

Quando resolvi criar este Blog, tinha uma única intenção: Dar dicas para os futuros moradores, isso por que tivemos dificuldades em encontrar informações sobre Forte Coimbra quando soubemos que iríamos morar aqui. 
Nunca havia saído da conhecida zona de conforto que a vida até então tinha me oferecido para encarar tamanho desafio, e com o passar dos meses descobri coisas que sabia que existiam mas há muito não provava.
As dificuldades aqui não são poucas e é aí que se descobre valores um pouco esquecidos e o quão forte somos. Hoje lendo alguns comentários de uma foto no Facebook de uma Amiga resolvi transcrevê-los pois acho que se encaixam com o momento que estamos vivendo. 
Está chegando o final de mais uma etapa para algumas famílias que moram aqui e começamos a sentir saudades das Amigas que se vão.
Aqui por ser um lugar muito pequeno, vivemos tudo com muita intensidade. Aprendemos como nunca a respeitar a natureza com tudo que ela nos oferece e temos que reconhecer que somos os invasores deste lugar. Dormir com o barulhinho de grilos e cigarras e acordar com o canto dos pássaros hoje em dia, não é privilégio de todos! Aprendemos a repartir e a viver bem com pouco, valorizando tudo que temos. 
Conviver em grupo, respeitando as diferenças é sempre um grande desafio, desde que saibamos multiplicar as qualidades e diminuir os defeitos dos que nos rodeiam, transformando isso num grande aprendizado.
Se conseguirmos transformar o que algumas pessoas chamam de solidão em momentos de auto conhecimento, sairemos daqui, com certeza, pessoas muito melhores.
Mas o principal de tudo é saber que podemos cultivar ótimas amizades.

Foto cedida por Juliana e Ricardo Sobrinho
Somos esposas de militares e a única coisa que achamos que temos em comum quando aqui chegamos é o objetivo que nos trouxe para cá: "acompanhar aqueles que amamos" e então descobrimos que existe muito mais. 
  
Foto cedida por Dayane e Augusto

É saber driblar a solidão e a tensão quando eles estão de serviço ou missão. É encarar o Rio Paraguai em qualquer época do ano, carregando os filhos e estar sempre a dizer; vai ficar tudo bem. É não esbanjar ninguém, nem tampouco se sobrepor, apenas se mantendo firme e sorridente quando muitas vezes a vontade é de chorar e atravessar o Rio Paraguai a nado.


Foto cedida por Ana Cecília e Marcelo
Existe um jargão utilizado aqui que fala "FORTE COIMBRA, QUAL A SUA MISSÃO? ..." Usando as palavras da Ana Cecília, bem que poderiam mudá-lo para: "MULHERES DE COIMBRA, QUAL A SUA MISSÃO? ..."
Às guerreiras que agora nos deixam, deixando um pouco e até muito de si, o meu até logo, pois fica o desejo de que em algum momento vamos novamente sentar e conversar lembrando de tudo que vivemos aqui.